Pedido de ajuda URGENTE!
Tudo começa com uma imensa paixão e vontade de ajudar os animais que se cruzavam no seu caminho! Foi Co-Fundadora de uma Associação de defesa animal, que se mantém no activo até hoje, o Grupo de Voluntários no Canil/Gatil Municipal do Seixal! Ao longo dos anos em que se dedicou a esta causa, salvou milhares de vidas, milhares de animais! Até que a peste dos dias de hoje, a levou! A Cristina Benito morreu em Agosto de 2008 com cancro. Deixou 19 gatos retirados da rua, ao cuidado da Presidente da Associação, e sua Co-Fundadora, Cristina Ferreira. Ao longo dos últimos anos, a luta pela adopção consciente deste animais foi uma constante. Foram adoptados 14 animais, que ainda hoje nos dão noticias e alegrias, bem como algumas preocupações. No entanto, naquela casa que eles sempre conheceram como lar, estão neste momento 5 animais desamparados, sequiosos de atenção e de um dono para amar! Até a esta data, a casa desocupada, foi cedida pelos familiares para abrigarem, até à sua adopção, estes animais! Mas, porque preferem bebés, ou porque simplesmente há tantos outros a precisar de ajuda, estes cinco animais foram ficando por lá sem que ninguém, até hoje, se interessasse por eles! Não há quem olhe bem para aqueles olhos, e os queira!? No entanto até ao final deste mês, estes meninos e meninas têm de sair! E não têm para onde ir! As FAT’s estão cheias, a situação é desesperada, caótica. Mas temos que agir, e rápido! São animais especiais no coração de todas nós! Todos eles trazem um bocadinho da Cristina! A dedicação dela a todos eles, e a forma como os salvou. Por isso, para nós e para eles também, o seu “apelido” será sempre BENITO!
São o Cinza , gato tímido mas meigo que dói, lindo de morrer, com um mini cauda, que gosta de rebolar aos nossos pés! Olhos lindos, especiais , que revelam uma “inteligência” fora do comum…
O Pimpão, o gatão preto atrevido, que faz pontaria às nossas pernas para se roçar, e assim conquistar! O Pimpão, devido a coriza em bebé, não tem um globo ocular. Há que saber aceitar diferenças! Nada que o impeça de ser igual aos outros amiguinhos! Nada que o impeça de ser “um dos especiais”!
O Pepito, que compete sempre com o Pimpão pelos mimos. Dono de uma elegância tigrada de fazer inveja, não esquecendo o triângulo branco na ponta da cauda, e o rosto fino, típico de gato egípcio!
A Sushi, gorda que só visto, muito envergonhada, até para um lata de comida húmida que adora! Precisa que a entendam, e a que tranquilizem! Não é de todo agressiva, mas fica sempre à espreita e à distância nas brincadeiras dos seus companheiros! É uma tigrada muito especial! Precisa de carinho, atenção, paciência e acima de tudo de companhia! Companhia da qual se viu privada, quando a sua amada dona partiu…
E a Ginja! Gata especial, muito especial! Vive em terror de tudo e todos. É verdade! Precisa de paz e de um lar tranquilo. Tem os olhos mais doces e lindos que uma tigrada pode ter! Não sabe ela do seu potencial de conquista, o que a faz fugir do mundo, talvez até por saber que isto afinal não é nada bom, mas tem de aprender a viver nele, como todos nós.
Este animais correm risco! Não sabemos o que fazer. Ajudem a divulgá-los. Ajudem a encontrar lares para eles. Contamos com todos! Um enorme agradecimento a todos aqueles que vão fazer os possíveis por os divulgar, por passar a mensagem deste apelo, por ajudar! A sua eterna dona agradece!
“Dorme sossegada” Cristina Benito! Os teus meninos e meninas vão ficar bem! Todas nós, mas em especial a Cristina Ferreira, que tudo tem feito por eles desde que partiste, te deixamos aqui esta promessa!
O FIV não é um bicho papão.
Não adormeçam os vossos gatinhos só porque eles têm FIV, mesmo que tenham sintomas. O FIV não é um bicho papão.
Capítulo I - Tenho um gato em casa
No final do dia 25 de Dezembro de 2003 voltei para casa, depois de ter ido passar o Natal com a minha família.
Abri a janela para arejar a casa, e por acaso olhei para fora. Num telhado junto à janela do andar de baixo estava um gato, que eu nunca tinha visto ali. Pensei que ele se fosse embora, mas no dia seguinte ainda lá estava, e no outro também.
Fiquei preocupada, ele não tinha nem comida nem água. Comecei a pendurar pratinhos com comida e água, e a seguir atirei um saco de desporto aberto, com mantinhas lá dentro, porque estava tanto frio...
Um dia, alguém abriu a janela do andar de baixo, que estava desocupado, e o gato entrou. Quando tentaram expulsá-lo da casa, e enxotá-lo para a rua, ele subiu as escadas e veio encostar-se à minha porta. Eu abri a porta, e ele entrou.
Não sabia se ele era meigo ou bravo, mas na altura nem me preocupei com isso. Arranjei-lhe um alguidar com areia, umas tacinhas de comida, e deixei-o sossegado no seu cantinho, enquanto telefonava para associações de protecção a animais e pedia que o recebessem.
Todas as associações me pediram para esperar, estavam lotadas. Na altura não sabia, mas agora sei que muita gente aproveita a época de Natal, tal como a de verão, para abandonar os seus animais, e os abrigos enchem-se desses bichinhos tristes e assustados.
Uns dias depois, e sem aviso, o gato levanta-se, vem na minha direcção, e começa a dar-me turrinhas. Fiquei tão contente, não propriamente por ele ser meigo, mas mais por ter confiado em mim!
Claro que a partir daí ficou por cá; foi o meu primeiro gato, é o meu Chibbito.
Capítulo II - o Chibbito tem FIV
Durante algum tempo tudo esteve bem. O Chibbito comia, dormia no meu colo, tinha um comportamento perfeitamente normal para gato, a não ser o medo da rua que ainda hoje tem.
Um dia reparei que ele não tinha comido quase nada. Passaram-se mais alguns dias, e continuava a comer muito menos. Levei-o ao veterinário mais próximo, que reparou logo que ele tinha uma enorme gengivite, a boca quase toda inflamada, e alguns dentes em muito mau estado. As dores na boca impediam-no de se alimentar. Foi medicado imediatamente, mas o veterinário pediu-me para retirar sangue ao Chibbito, para fazer um teste do qual eu nunca tinha ouvido falar. Quando vieram os resultados, soubemos que ele era positivo a FIV.
O veterinário fez-me um quadro muito negro daquela doença: disse que era igual à SIDA dos seres humanos, disse que se podia pegar facilmente a outro gato, disse que ele não viveria muito tempo, mas que ia tentar controlar a infecção na boca.
Passou-se um mês, em que fui dia sim, dia não com o Chibbito levar injecções, mais uns quantos medicamentos, mas a infecção não melhorou, pelo contrário. O Chibbito já não parecia o mesmo gatinho. Estava magro, desconfiado, assustado, fugia de mim. O veterinário começou a falar-me em abate.
Lembro-me muito bem da minha aflição na altura, quando não percebia absolutamente nada de doenças de gatos, e só queria que o meu bichinho vivesse e fosse feliz. E tinha um veterinário a dizer-me que era melhor a eutanásia.
No meio do desespero, procurei um hospital veterinário. Não porque achasse que eram melhores (nem me passou tal coisa pela cabeça, afinal eram todos veterinários), mas porque poderiam interná-lo, e quem sabe dessa maneira ele pudesse sobreviver. E aqui mudou a história.
Capítulo III - o Chibbito tem FIV, mas não há problema!!!!
Imaginem o meu estado quando cheguei com o Chibbito ao hospital: aflita, desanimada, a achar que ele seria imediatamente intenado e que o caso dele era mesmo muito grave e urgente.
Expliquei a situação à pessoa que estava no atendimento, que permaneceu muito calma, e não chamou ninguém. Em vez disso pediu-me para esperar na sala, enquanto fazia a ficha do Chibbito. "Temos cá muitos casos desses", disse ela com um ar simpático e condescendente. Eu achei aquilo tudo muito estranho. Esperei algum tempo, até chegar a nossa vez, e lá fomos nós.
Os veterinários abriram-lhe a boca, deram-lhe imediatamente um medicamento injectável, com uma destreza que eu nunca tinha visto. Receitaram vários remédios para ele tomar, incluindo antidepressivos, que se justificavam perfeitamente no caso dele, mas que eu nem sabia que existiam para animais. Deram-me também um medicamento para estimular o sistema imunitário, que hoje eu reconheço como um medicamento comum para casos destes, mas do qual o outro veterinário também não me tinha falado. Mandaram-no para casa e marcaram uma cirurgia para daí a uns dias, para remover os dentes em mau estado. Nunca me falaram em eutanásia. Disseram-me que ele ia viver tantos anos como outro gato qualquer.
Explicaram-me que poderia ter outros gatos desde que estivessem todos castrados e se dessem bem, porque o contágio do FIV é praticamente impossível nessas condições (vejam o folheto informativo em anexo).
Pouco a pouco o Chibbito foi recuperando, fisica e psicologicamente. Em alguns meses tornou-se num gatarrão como eu nunca tinha conhecido antes. Desde que foi tratado nunca mais teve nenhum sintoma ou recaída. Tenho mais 3 gatas, todas esterilizadas, com quem ele convive em grande harmonia. Costumo ter bebés para adopção, que recolho da rua, e que o Chibbito adora e lambe de alto a baixo. Não há qualquer perigo de transmissão do FIV por estas lambidelas.
Este é o meu Chibbito, um lindo gato que poderia ter sido eutanasiado há anos se eu não tivesse procurado uma segunda hipótese.
Conclusão
Infelizmente, nem todos os veterinários estão bem informados e actualizados, tal como acontece em qualquer outra profissão. Em relação ao FIV, em particular, criaram-se preconceitos e confusões que tiram a vida a animais, e que deixam os donos traumatizados e em pânico.
Para qualquer doença grave que aflija pessoas ou animais, deve pedir-se sempre uma segunda opinião. Para o FIV em particular, não deixem que ninguém vos diga o que me disseram a mim "É FIV, não há nada a fazer".
Pelo contrário, há muito a fazer. E o primeiro passo é informar as pessoas, para que muitas vidas se salvem.
Olhem para a história do Chibbito. Não valeu a pena?
Sara Nobre, Dezembro de 2008"
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A gatinha da meia branca veio fazer-nos uma visita =0)
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